Escrever e coçar... – Quatro livros para você começar a romper com o bloqueio criativo – parte 1

Escrevi um artigo num blog abandonado por aí, com este título, se não me engano. Sobre o poder de começar. De dar o primeiro passo. 

 

 

Ilustração: Tati Karpas - Direitos Reservados

Mas e quando o problema é justamente enfrentar a folha em branco – real ou do editor de texto?

A cada semana, quando vai se aproximando o dia de escrever e publicar um artigo novo, vou sendo tomada por esse sentimento de bloqueio:  sobre qual livro escrever hoje? E se não conseguir colocar as idéias em ordem? E se o texto não ficar interessante?

E tenho percebido que,  se me obrigo a sentar e começar, posso até derrapar no começo, mas acabo engrenando. Escrever, comer e coçar parece que obedecem ao mesmo princípio: é só começar!

Minha intenção no texto de hoje era de compartilhar os meus truques para não ficar paralisada, sofrendo de bloqueio criativo. E não dar dica de livro. Mas como, se tantos livros me ajudam nessa empreitada?

Então, segue nesta primeira parte, uma lista de quatro livros de auto-ajuda-criativa. Na segunda parte, vou indicar livros que ainda estou lendo.

Aviso: este artigo contém links de afiliado; ao comprar um livro, sem acréscimo, através de qualquer um dos links eu recebo uma pequena comissão, continuo escrevendo e agradeço muito por seu apoio

 

Fonte: Amazon-divulgação

Your inner critic is a big jerk (Seu crítico interno é um grande idiota, em tradução livre) – Danielle Krysa

E Este livro não tem versão em português ainda, mas se você lê em inglês, é uma boa pedida, dicas poderosas para desbancar o crítico interior que te impede de criar, recheado de exercícios para ajudar no desbloqueio criativo.

Não faça como eu que, quando estava na quinta série (atual sexto ano?), cheguei na biblioteca da escola, escolhi um exemplar de Asterix e fui retirá-lo para empréstimo, toda pimpona, quando a bibliotecária falou, admirada: “Nossa, você lê francês?”
 

A pergunta me pegou muito à queima-roupa, e na minha franqueza infantil, não tive tempo de elaborar, muito menos de fingir. “Eu? Não!” E só então percebi que aquele exemplar era em língua francesa. 

 

Devolvi o livro e nem peguei outro, só saí com o rabinho entre as pernas. Acho que não voltei tão cedo à biblioteca. 

 

Aproveita e vai conhecer o blog da autora, muito bacana: the jealous curator

 

Fonte: Amazon - divulgação

    Edward de Bono – Pensamento Lateral
 

   Este livro é repleto de técnicas e exercícios para virar a questão do avesso (em primeiro lugar, escolha uma boa questão – a resposta está dentro da pergunta, mas que seja uma pergunta bem feita!)  

Na maioria das vezes, ao nos depararmos com problemas aparentemente insolúveis [aliás, a etimologia da palavra problema é justamente “o que é lançado à frente”, o que está diante de nós], um obstáculo intransponível, vamos conseguir achar uma solução para o que se apresenta ao olhar de outro ângulo.

Para exemplificar, vou contar a história da escolha de cores da paleta da minha marca KARPA. Eu estava há meses num dilema: definir uma paleta de cores limitada para a marca e me manter fiel a ela.

Como profissional de criação artística, não havia dificuldade maior para mim do que limitar minha seleção de matizes, uma vez que utilizo todos, mais ou menos, e as combinações vão mudando ao longo do tempo, como sói acontecer. Pelejei, pelejei, e acabei me deparando com a pergunta: como definir um número limitado de cores, se minhas cores são “todas”?

Em um momento digno de Eureka!, tive o insight de quais cores são todas: as cores primárias, um grupo de somente cinco pigmentos capazes de formar todas as demais cores! Ainda precisava resolver outras questões, como a identidade que quero transmitir para o público a partir da paleta de cores, mas isso já é assunto para outro post, em outro blog! http:thesketchbookisonthetable.blogspot.com

O que nos interessa aqui são os métodos do psicólogo De Bono. Que ensina como driblar as pedras e encontrar o caminho. Ou passar por cima delas, o que talvez tenha sido a origem da expressão “caminho das pedrinhas”. O que nos leva ao livro seguinte.

3.  
 

       Fonte: Amazon - divulgação    

     Propaganda Ilimitada – Francesc Petit 

Este foi um dos primeiros livros que comprei quando comecei a me tornar uma leitora ativa, como já comentei no primeiro post do blog.

Eu tinha mania de ir comprar livros escolhendo pela capa, no supermercado Carrefour, loja que era próxima de onde eu morava. Um grande problema brasileiro, mesmo em uma cidade grande como São Paulo, é a escassez de livrarias!

Pois bem: fui seduzida pela capa de infinito azul com uma bola gigante vermelha (na edição comprada por mim). E pelo título. Ilimitada? Uau. Assim como aquele céu imenso que o fundo da capa sugeria. 

E me seduziu mais ainda o texto fluido, leve, de quem sabe redigir, e sabe também do que está falando, um dos sócios da extinta (e famosíssima ) agência de propaganda DPZ. Petit era o P do nome. 

Aquele livro me despertou o desejo de escrever sobre criatividade. Talvez você não encontre mais, nem usando o link de afiliado aí acima... talvez só em sebos. Eu mesma, não tenho mais o meu exemplar, que emprestei e nunca mais foi devolvido.

Fonte: Amazon - divulgação

Desenhando com o artista interior – BettyEdwards

Falando em criatividade e solução de problemas: quem imagina que desenho tem tudo a ver com isso?

E que não é preciso ter mais habilidade manual do que a suficiente para passar a linha no olho de uma agulha, segundo preconiza a autora, para desenvolver impressionantes capacidades de desenho?

E como é possível usar o desenho para a solução de problemas? Edwards aplica artifícios como desenhar o seu problema (mesmo que o resultado seja um rabisco bastante abstrato), virar o desenho do avesso, tratar problemas visualmente (ativando, com isso, as propriedades cognitivas do hemisfério direito do cérebro), ver de outra perspectiva... 

Tudo isso pode trazer resultados surpreendentes.

E você? Qual a sua dica de livro sobre processo criativo?